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O Dindo

Atualizado: 15 de dez. de 2021

Texto: Leonardo Henrique Teixeira - Leleo



Antes de ser o irmão de meu pai, ou o meu tio, Christiano sempre foi o meu padrinho. E eu sempre, por algum tempo, me perguntei porque meu pai tendo outros 5 irmãos escolheu Christiano...


Ex- remador do Botafogo, sempre atlético, dai um de seus apelidos dado pela minha mãe: "O Jovem". Fotógrafo, classifico suas fotografias da minha infância como obras-primas.


Escultor, com orgulho tenho em minha casa um estudo para uma possível estátua do Garrincha, que meus amigos Botafoguenses quando vem a minha casa acarinham a cabeça, num misto de religiosidade, reverência e superstição.


Cantor de opera, audiófilo... Dai vem a minha grande ligação com Christiano. Eu era encantado por sua aparelhagem de som, por seus amplificadores e suas válvulas escondidas num móvel da sala, dos auto-falantes super potentes embutidos na estante, e o maravilhoso gravador de rolo Akai, que recebia as longas óperas impossíveis de caber nos LPs e sua minutagem restrita…


Cristiano era sensível e generosamente me ensinava e deixava o menino mexer nos parâmetros, nos graves e agudos, colocar as fitas nos rolos, a dar o play, mostrava as equalizações, as válvulas que se inflamavam…Nunca teve restrições, percebia meu entusiasmo pela parafernália sonora e me estimulava.


Nos primórdios de minha vida profissional aquele ambiente nunca me pareceu estranho, Christiano havia me ensinado tudo: amplis, falantes, fitas , gravadores, equalizadores, reverberadores, etc..


Hoje eu sei porque meu pai escolheu Christiano. Todo o pai quer o melhor pro seu filho e Christiano era, foi e sempre será o melhor pra mim, Cristiano é o meu dindo, Christiano é eterno.



Figura 1: Escultura do Garrincha feita pelo meu dindo (Christiano Ariel Teixeira).







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